quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Considerações finais

A maioria das pessoas tem didatizado a atividade lúdica das crianças restringindo-as a exercícios repetitivos de discriminação viso-motora, através do uso de brinquedos, desenhos coloridos, etc. Ao fazer isso, ao mesmo tempo em que lhes bloqueia a organização independente para a brincadeira, essas práticas enfatizam os alunos.

É papel da educação escolar formar pessoas criticas e criativas, que inventem, descubram, que sejam capazes de construir o conhecimento. Não devendo aceitar simplesmente o que os outros já fizeram, nem aceitando tudo que lhe é oferecido.

Considera-se papel da educação infantil promover o desenvolvimento global da criança (social, motor e cognitivo). Para tanto é preciso considerar os conhecimentos que ela já possui, proporcionar que ela vivencie seu mundo, explorando, respeitando e reconstruindo.

Nessa perspectiva o educador dessa área deve trabalhar a criança, tomando como ponto de partida que está é um ser com características individuais e que precisa de estímulos, para crescer criativa, inventiva e acima de tudo critica.

O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e prazerosas. O educador precisa ser capaz de respeitar e nutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que envolva em seu processo, ou do contrario perde-se a riqueza que o lúdico representa.

O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma seria e usado de maneira correta, com objetivos e não aleatoriamente para preencher tempo.

A criança aprende através da atividade lúdica ao encontrar na própria vida, nas pessoas reais, a complementação para as suas necessidades.

Presente no nosso cotidiano a sua valorização é importante, principalmente, na infância na fase de aprendizado. O brincar, o jogar, segundo Piaget e Vygotsky, pesquisadores que são referencia no assunto na área pedagógica, ajuda no desenvolvimento físico, intelectual e reforça os vínculos afetivos do ser humano com o próximo.

Ao buscarmos referencias quando o assunto é a ludicidade, optamos por Piaget e Vygotsky por serem pesquisadores dessa prática, e por sua vasta experiência com crianças.

É importante registrar que Vygotsky usava a terminologia brinquedo e Piaget jogo para conceituar a ação de brincar, a ludicidade.

Segundo Vygotsky (1991) é enorme a influencia do brinquedo no desenvolvimento da criança. É no brinquedo que ela aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações.

O que nos motivou na escolha do lúdico e seu uso em sala de aula assim como em todo contexto escolar como pesquisa, foi à percepção de que precisávamos, como educadoras, de maiores conhecimentos e esclarecimentos sobre o mesmo, sentindo até mesmo a necessidade de estar participando de formações continuadas e capacitações que estejam a nos auxiliar em um melhor aproveitamento deste recurso em sala de aula.

Percebemos o quanto é importante no trabalho com a infância as possibilidades do criar, recriar inovando e possibilitando uma diversidade de situações que contribuam positivamente na aprendizagem das crianças.

Quando Vygotsky cita a importância da relação da criança com o meio e com as pessoas adultas, pensamos, também, ser necessário capacitar profissionais para serem mediadores co-relacionados com todo esse processo: criança-adulto-meio-criança.

Essa interação quando trabalhada com objetivos específicos buscando rendimentos positivos, possibilita, também, o desenvolvimento da oralidade que por sua vez é citado por vygotsky como ferramenta de grande importância no desenvolvimento infantil.

Portanto o planejar deve começar pela instituição escolar, trazendo sugestões de ações onde educadores estejam mutuamente pensando atividades diárias contextualizadas e estratégias em sua aplicabilidade, levando em consideração o universo dos pequenos e sua capacidade de participação na criação e re-criação que é teorizado por Piaget como processo de assimilação e acomodação.

É impossível se conceber o processo de ensino-aprendizagem sem a ação da criança. É de grande importância a interação desta com o meio.

O professor como mediador é peça fundamental quando formula e propõe em seus trabalhos objetivos gerais e específicos voltados para um melhor aproveitamento daquilo que vai ser trabalhado em sala de aula procurando fazer as intervenções necessárias no momento de sua aplicação.

O lúdico se faz presente em todo espaço em que às pessoas de um grupo estão em ação. Em sala de aula não pode ser o professor o único ativo, enquanto que os outros ali presentes estejam estáticos como meros observadores.

Para que se faça presente a ludicidade é importante a ambientação da sala de aula, procurando torna-la acolhedora, abrindo um leque de possibilidades para que a criança aprenda de forma prazerosa fazendo-a sentir vontade de estar na escola junto a professores e colegas.

Isso só acontecerá se este ambiente for atrativo e as aulas dinâmicas, caso contrário, a escola se tornará um ambiente enfadonho, desestimulante que afastará a infância da educação formal e aproximando-a de um universo que pouco contribuirá na sua formação como cidadãos críticos.

O professor tem de procurar oportunizar ao aluno ser sujeito ativo na construção do conhecimento, isto é o que, também, buscamos com esse trabalho, tornarmo-nos possibilitadores de experimentações.

É importante oportunizar à criança a descoberta e conhecimento do novo, possibilitando observação do mundo em volta dela e o seu envolvimento no mesmo.

A educação pedagógica pode estar sendo mediadora de todo esse processo e o brinquedo e o jogo são grandes aliados necessários para tornar a aprendizagem prazerosa, oportunizando o imaginário infantil aliado ao movimento do corpo.

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