domingo, 19 de outubro de 2008

APRESENTAÇÃO


Brincar em companhia é oportunidade de socialização para as crianças. Jogar com os coleguinhas é expressão de amizade, estreitamento dos laços sociais, e considerando o espaço escolar como sinônimo de aprendizagem.

Ademais a atividade lúdica é espontânea na criança e, pelo seu caráter desinteressado, pode ser considerado como uma das raízes da atividade estética. Isto faz do ato lúdico ferramenta indispensável para ser trabalhado em sala de aula na perspectiva do processo de ensino-aprendizagem.

Os efeitos do brincar não é de hoje, investigados pelos pesquisadores. Discutem-se as conseqüências da brincadeira na esfera motora, afetiva, cognitiva, moral e social.

Mas é possível chegar a seguinte conclusão: o brincar permite à criança aprender. A compreensão das regras manifestadas pela repetição, trás efeitos positivos na cognição infantil.

Crianças de diferentes idades, com características especificas, têm formas diferenciadas de brincar e aprender. Como será que os professores aproveitam à potencialidade do lúdico na educação para o desenvolvimento/enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem?

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O lúdico na historia 1

Tentar definir o lúdico não é tarefa fácil. Quando pronunciamos a palavra lúdico cada um pode entendê-la de modo diferente. Pode-se estar falando de jogos com ou sem regras até o faz de conta.

Tais “brincadeiras” embora recebam a mesma denominação, tem suas especificidades. Por exemplo, no faz de conta, há forte presença da situação imaginaria; no jogo de xadrez, regras padronizadas permitem a movimentação das peças. Brincar na areia, sentir o prazer de fazê-la escorrer pelas mãos, encher e esvaziar copinhos com areia requer satisfação da manipulação do objeto.

Já a construção de um barquinho exige não só a representação mental do objeto construído, mas também a habilidade para operacionalizá-lo.Varias indagações começam a aparecer quando se fala em utilizar o lúdico em sala de aula. Quais os elementos que o caracterizam? Qual sua contribuição no desenvolvimento de habilidades cognitivas da criança?

Quando, por exemplo, se fala em utilizar jogos como dama para ensinar matemática ou quebra - cabeça para ensinar formas geométricas o que prevalece: o jogo ou o ensino?
Um tabuleiro com piões é um brinquedo quando usado para fins de brincadeira. Teria o mesmo significado quando vira recurso de ensino, destinado à aprendizagem de números? É brinquedo ou material pedagógico?

A variedade de fenômenos considerados como lúdico mostra a complexidade da tarefa de defini-lo. Para aumentar a complexidade do campo em questão, os materiais lúdicos, alguns são usualmente chamados de jogos, outros brinquedos. O sério e o fútil.

Em muitos casos, o sentido do lúdico, depende da linguagem de cada contexto social, ou seja, ele assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui. É este aspecto que nos mostra porque, dependendo do lugar e da época o lúdico assume significações distintas.

Em tempos passados, esse ato lúdico era considerado como inútil como coisa não-séria.
Durante muitos anos as crianças divertiam-se com as mesmas brincadeiras dos adultos. Era uma forma de aperfeiçoar os laços afetivos. Essas atividades eram consideradas por um lado da sociedade como algo que viesse a melhorar o meio social. Já outros criticavam e afirmavam que as mesmas eram costumes condenáveis de azar e nocivos a vida social.

Os estudos humanistas da época do renascimento, séculos XI e XII, notificaram a importância dos jogos como atividades que poderiam ajudar na educação das crianças. Então as brincadeiras e os jogos se afirmaram como um meio de preservar os princípios das regras morais. Daí houve uma seleção de jogos e brincadeiras, aconselhável e desaconselhável.

Nessa época a criança era considerada adulta em miniatura. E somente as idéias românticas é que romperam todas as barreiras relacionadas às atividades lúdicas.

Há dois elementos que caracterizam o lúdico: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o individuo de forma intensa, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de euforia e vibração.

Em virtude dessa atmosfera de prazer, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo.São excitantes, mas também requerem um esforço voluntário.

(...) As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, aciona e ativa as funções psiconeurológicas e as operações mentais estimulando o pensamento.

(...) As praticas lúdicas integram as varias dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva, e à medida que gera envolvimento emocional, apela para esfera afetiva. Assim sendo, vê-se que o ser que brinca e joga é, também, o ser que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. (Teixeira, 1996, p. 23).

Na visão sócio-historica de Vygotsky as brincadeiras, o jogo, são atividades especificas da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Esta é uma atividade humana criadora, na qual a imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.

De acordo com o teórico a brincadeira cria para a criança uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão à distância entre o nível atual cognitivo, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através de um problema, sob orientação de um adulto mais capaz.

O lúdico na história 2

Para Piaget (1976), a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, por isso, indispensável a pratica educativa.

O mundo do lúdico é um mundo onde a criança está em constante exercício. É o mundo da fantasia, da imaginação, do faz de conta, do jogo e da brincadeira.

Podemos dizer que o lúdico é um grande laboratório que merece toda atenção dos pais e educadores, pois é através dele que ocorrem experiências inteligentes e reflexivas, praticadas com emoção, prazer e seriedade.

Através do brinquedo e das brincadeiras ocorre à descoberta de si mesmo e do outro, portanto, aprende-se. É no brincar que a criança está livre para criar e é através da criatividade que o indivíduo descobre seu eu.

Pode-se dizer que as brincadeiras e os jogos são as principais atividades físicas da criança; além de propiciar o desenvolvimento físico e intelectual, promove saúde e maior compreensão do esquema corporal. É jogando que a criança aprende a respeitar regras, limites, esperar a vez e aceitar resultados.

O brincar e o jogar para a criança não são apenas um passatempo ou simples diversão, mas um momento sério, pois está aprendendo o que ninguém pode lhe ensinar, descobrindo o mundo e as pessoas que a cerca.

E o que é o faz-de-conta? É exercitar e promover o seu raciocínio abstrato. Por exemplo: uma criança ao amassar uma folha de papel formará uma bola, que para ela poderá ser a bola de um famoso time de futebol, ou de um famoso jogador de tênis. Enfim, estará fazendo uso da abstração para construir através da imaginação o seu mundo.

O Renascimento vê a brincadeira com conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. Ao atender necessidades infantis, esta se torna forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares. Assim, para se contrapor aos processos verbalistas de ensino, o educador deve dar forma lúdica aos conteúdos.

Para alguns autores, entre os quais Piaget (1896-1980), a atividade lúdica supõe uma ordenação da realidade, seja ela subjetiva e intuitiva (como os de ficção ou imaginação), ou objetiva e consciente (como no caso dos jogos com regras).

É brincando e jogando que a criança ordena o mundo a sua volta, assimilando experiências e informações e, sobretudo, incorporando atividade e valores.É importante ressaltar que o êxito do processo ensino-aprendizagem depende, em grande parte, da interação professor-aluno, sendo que neste relacionamento, a atividade do professor é fundamental.

Ele deve ser antes de tudo, um facilitador da aprendizagem, criando condições para que a criança explore seus movimentos, manipule materiais, interaja com seus colegas e resolva situações-problema.

O lúdico fazendo acontecer

1_ a não-literalidade: as situações de brincadeira se caracterizam por um quadro no qual a realidade interna predomina sobre a externa. O sentido habitual é substituído por um novo.


2_efeito positivo: atividades que envolvem o lúdico são normalmente caracterizadas pelos signos do prazer ou da alegria, entre os quais o sorriso.

O lúdico como atividade/brincadeira

A brincadeira não é uma atividade inata, mas sim, uma atividade social e humana e que supõe contextos sociais, a partir dos quais as crianças recriam a realidade através da utilização de sistemas simbólicos próprios.

É uma atividade social aprendida através das interações humanas. É o adulto ou as crianças mais velhas que ensinam o bebê a brincar, interagindo e atribuindo significado aos objetos e as ações, introduzindo a criança no mundo da brincadeira.

O lúdico nos ajuda a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece a personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.


O caráter de integração contido nas atividades lúdicas permite a integração do conhecimento com ações praticas, pois segundo Vygotsky (1987) a motivação é um dos principais fatores não só para o sucesso da aprendizagem como para o desenvolvimento social.


As atividades lúdicas são excelentes oportunidades de mediação entre o prazer e o conhecimento historicamente constituído, visto que são eminentemente culturais. Por meio da ótica de Piaget pode-se notar que a concepção da pratica lúdica não é apenas uma forma de entretenimento, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.


Por meio de pesquisas acredita-se que a atividade lúdica para a criança é de certa forma a maneira que a mesma encontra para ser autônoma, livre e criativa. Por meio desta, elas perdem totalmente suas inibições, consegui interagir com seu grupo e ao mesmo tempo identificar sua própria identidade.


Martins aborda que:
(...) A atividade lúdica por envolver aspectos físicos, intelectuais e sócias exerce uma importância relevante na educação de crianças e jovens. Cuida do individuo como um todo, um ser global, (...). é inseparável a aprendizagem motora da cognitiva. (...) João Luiz Martins (2003, p.125).


Assim, há oportunidade de desenvolvimento, pois brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, pratica, confere suas habilidades, estimula a curiosidade, a iniciativa e a auto confiança, proporcionando assim a aprendizagem e o desenvolvimento da linguagem de pensamento, de concentração e principalmente de atenção.

Então, pode-se dizer que atividades lúdicas são necessárias à vida infantil.


Pode-se constatar que o brincar dá oportunidades para a criança aprender fácil, fazendo com que sua infância seja bem aproveitada.

É brincando que a mesma retrata sua vida, busca um futuro e aprende a superar os problemas encontrados como competição, renuncia a alguns interesses pessoais e tenta vencer obstáculos. Dessa forma ela alivia suas preocupações e tristezas fazendo espontâneo e alegre cotidiano.

Referencias:

HANS, G. Furth, WACHS Harry: Piaget na prática escolar: a criatividade no currículo integral / tradução de Nair Lacerda. - São Paulo: IBRASA, 1979.

http://www.sei-online.net/consultório/artigos/o mundo do trabalho vc psicopedagogo.htm

http://www.labrinjo.ufc.br/artigos %20e%20textos/at-02.htm

MARTINS, João Luiz. O lúdico e o aprendizado. IN: temas e educação II.2003. São Paulo. Futura congressos e eventos. p. 123 a 134.

PIAGET, J.A. Teoria de Piaget. Pontos de psicologia geral. Ática São Paulo, 1999.

PELLEGRINE, Denise. Grandes pensadores: Vygotsky. Revista Nova Escola. Ed. 139, jan./fev, 2001.

SOUZA, Paulo Natanael Pereira de: Pré–escola: uma nova fronteira educacional. São Paulo, 1979.

VYGOTSKY, L S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

Algumas atividades lúdicas


Essas três atividades lúdicas caracterizam-se na evolução do jogo na criança, de acordo com a fase de seu desenvolvimento, conforme descrito a seguir.

Jogos de exercícios – Inicialmente surgem na forma de exercícios motores com a finalidade prazerosa, com o objetivo de explorar e exercitar os movimentos do seu próprio corpo.

Jogos simbólicos – Esse jogo é de faz-de-conta, em que o objetivo é usado para simbolizar ou representar situações não percebidas no momento. Ocorre de dois a seis anos, onde a tendência lúdica é voltada para o jogo de ficção ou imaginação e de imitação. O jogo simbólico se desenvolve com a interiorização dos esquemas sensórios-motores.

A função desse tipo de atividade, de acordo com Piaget: “Consiste em satisfazer o eu, por meio de uma transformação do real em função dos desejos: a criança que brinca com boneca refaz sua própria vida, corrigindo-a a sua maneira, e revive todos os prazeres ou conflitos, resolvendo-os, compensando-os, ou seja, completando a realidade com a ficção”.

Jogos de regras – Essa atividade lúdica implica o uso de regras onde há relações sociais ou individuais em que deve aparecer a cooperação e começa a se desenvolver dos quatro aos sete anos e se intensifica durante toda a vida da pessoa. Para Brougére apud Martinelli (1997), o objetivo da pesquisa de Piaget, não é estudar o jogo, mas o símbolo, o que é essencial para o desenvolvimento da inteligência.

Segundo Piaget, o desenvolvimento das funções cognitivas não pode ser compreendido sem que, primeiramente, se compreendam as relações entre sujeito e o objeto no ato do conhecimento.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O lúdico como recurso pedagógico 1

“Brincar com criança não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mas triste ainda é vê-los sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéries, sem valor para formação do homem (Drummond) ”.

A brincadeira em seu contexto infantil se inicia, timidamente, com a criação de jardins de infância, fruto da proposta de Froebel (1782-1852 - primeiro filósofo a ver o uso de jogos para educar crianças pré-escolares) que considera que a criança desperta suas faculdades próprias mediante estímulos.

Esta proposta influenciou a educação infantil de todos os países.
Froebel pregava uma pedagogia de ação. Ele dizia que a criança, para se desenvolver, não devia apenas olhar e escutar, mas agir e produzir.

O brincar é o meio e o modo de a criança estar no mundo. Por meio dele. Ela se relaciona com tudo o que a cerca – pessoas, objetos e situações; explora, experimenta e recria e, nesse processo, apropria-se da realidade.

Brincando, a criança pensa e expressa emoções, torna-se inteligente. Em outras palavras, na infância “brincando é que se aprende”. O lúdico realiza a síntese entre o mundo das pessoas e das coisas, pois objetos e situações são interessantes, fundamentalmente pelo seu sentido humano, seu conteúdo social, sua relação com algum acontecimento.

O brincar é o mais poderoso meio de desenvolvimento da criança na sua globalização social, afetiva, física e cognitiva. Por isso a ludicidade impregna todos os espaços do Centro de Educação Infantil.

O pensamento infantil é qualitativamente diferente do pensamento do adulto. (Piaget, 1969). Essa diferença aparece em diversos aspectos, principalmente no que se refere à primazia de uma concepção lúdica da realidade.

O mundo existe para a criança na medida em que lhe é possível jogar com ele, extraindo dos objetos possibilidades de prazer e harmonia. O lúdico seria a forma de interação por excelência da criança com seu entorno.

Nessa perspectiva, situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, acionando e ativando funções psiconeurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento.

A idéia de unir o lúdico à educação não é tão nova nem tão recente quanto possa parecer. Carlos Magno (742- 814 d.C) criou em seu palácio um centro de ensino, aos comandos do filosofo e pedagogo Alcuíno, o homem mais erudito de seu tempo. Em Alcuíno encontramos diálogos repletos de enigmas, brincadeiras e piadas, pois sua norma pedagógica era: deve-se ensinar divertindo.

O lúdico como recurso pedagógico 2

A brincadeira é uma forma privilegiada de aprendizagem. Na medida em que vão crescendo, as crianças trazem para suas brincadeiras o que vêem, escutam, observam e experimentam.

As brincadeiras ficam mais interessantes quando as crianças podem combinar os diversos conhecimentos a que tiveram acesso. Nessas combinações, muitas vezes inusitadas aos olhos dos adultos, as crianças revelam suas visões de mundo, suas descobertas.

“A teoria de Jean Piaget” (1896-1980) estudando sobre o desenvolvimento da inteligência, colocou os jogos como atividades indispensáveis na busca do conhecimento pelo indivíduo. Ele dividiu o desenvolvimento intelectual da criança em etapas caracterizadas pela “sucessiva complexidade e maior integração dos modelos de pensamento”, ou seja: até os dois anos de idade – sensório-motor; de dois a quatro anos – pré-operacional; de quatro a sete anos – intuitivo; de sete aos 14 anos – operacional concreto; e, a partir dessa idade – operacional abstrato.

Quando Piaget descobriu que não é o estímulo que move o indivíduo ao aprendizado, revolucionou a pedagogia da época. Para ele, a inteligência só se desenvolve para preencher uma necessidade.

A educação, concebida a partir desse pressuposto, deve estimular a inteligência e preparar os jovens para descobrir e inventar; o professor deve provocar na criança a necessidade daquilo que ele quer transmitir. Nesse sentido, os jogos são buscados espontaneamente pelas crianças como meio de chegar à descoberta, inventar estratégias, pensar o novo, construir, agir sobre as coisas, reconstruir, produzir (apud Garcia, 1981, p.17-21).

Para Piaget apud Martinelli (1997) existe o brincar quando há o predomínio da assimilação sobre o esforço e atenção da acomodação.

Piaget ao realizar o estudo sobre a evolução do jogo para o desenvolvimento, percebeu uma tendência lúdica nos primeiros meses de vida do bebê, na forma do chamado jogo de exercício sensório-motor, onde do segundo ao sexto ano de vida predomina o jogo simbólico e a etapa seguinte é o jogo de regras praticado pela criança.

Considerações finais

A maioria das pessoas tem didatizado a atividade lúdica das crianças restringindo-as a exercícios repetitivos de discriminação viso-motora, através do uso de brinquedos, desenhos coloridos, etc. Ao fazer isso, ao mesmo tempo em que lhes bloqueia a organização independente para a brincadeira, essas práticas enfatizam os alunos.

É papel da educação escolar formar pessoas criticas e criativas, que inventem, descubram, que sejam capazes de construir o conhecimento. Não devendo aceitar simplesmente o que os outros já fizeram, nem aceitando tudo que lhe é oferecido.

Considera-se papel da educação infantil promover o desenvolvimento global da criança (social, motor e cognitivo). Para tanto é preciso considerar os conhecimentos que ela já possui, proporcionar que ela vivencie seu mundo, explorando, respeitando e reconstruindo.

Nessa perspectiva o educador dessa área deve trabalhar a criança, tomando como ponto de partida que está é um ser com características individuais e que precisa de estímulos, para crescer criativa, inventiva e acima de tudo critica.

O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e prazerosas. O educador precisa ser capaz de respeitar e nutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que envolva em seu processo, ou do contrario perde-se a riqueza que o lúdico representa.

O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma seria e usado de maneira correta, com objetivos e não aleatoriamente para preencher tempo.

A criança aprende através da atividade lúdica ao encontrar na própria vida, nas pessoas reais, a complementação para as suas necessidades.

Presente no nosso cotidiano a sua valorização é importante, principalmente, na infância na fase de aprendizado. O brincar, o jogar, segundo Piaget e Vygotsky, pesquisadores que são referencia no assunto na área pedagógica, ajuda no desenvolvimento físico, intelectual e reforça os vínculos afetivos do ser humano com o próximo.

Ao buscarmos referencias quando o assunto é a ludicidade, optamos por Piaget e Vygotsky por serem pesquisadores dessa prática, e por sua vasta experiência com crianças.

É importante registrar que Vygotsky usava a terminologia brinquedo e Piaget jogo para conceituar a ação de brincar, a ludicidade.

Segundo Vygotsky (1991) é enorme a influencia do brinquedo no desenvolvimento da criança. É no brinquedo que ela aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações.

O que nos motivou na escolha do lúdico e seu uso em sala de aula assim como em todo contexto escolar como pesquisa, foi à percepção de que precisávamos, como educadoras, de maiores conhecimentos e esclarecimentos sobre o mesmo, sentindo até mesmo a necessidade de estar participando de formações continuadas e capacitações que estejam a nos auxiliar em um melhor aproveitamento deste recurso em sala de aula.

Percebemos o quanto é importante no trabalho com a infância as possibilidades do criar, recriar inovando e possibilitando uma diversidade de situações que contribuam positivamente na aprendizagem das crianças.

Quando Vygotsky cita a importância da relação da criança com o meio e com as pessoas adultas, pensamos, também, ser necessário capacitar profissionais para serem mediadores co-relacionados com todo esse processo: criança-adulto-meio-criança.

Essa interação quando trabalhada com objetivos específicos buscando rendimentos positivos, possibilita, também, o desenvolvimento da oralidade que por sua vez é citado por vygotsky como ferramenta de grande importância no desenvolvimento infantil.

Portanto o planejar deve começar pela instituição escolar, trazendo sugestões de ações onde educadores estejam mutuamente pensando atividades diárias contextualizadas e estratégias em sua aplicabilidade, levando em consideração o universo dos pequenos e sua capacidade de participação na criação e re-criação que é teorizado por Piaget como processo de assimilação e acomodação.

É impossível se conceber o processo de ensino-aprendizagem sem a ação da criança. É de grande importância a interação desta com o meio.

O professor como mediador é peça fundamental quando formula e propõe em seus trabalhos objetivos gerais e específicos voltados para um melhor aproveitamento daquilo que vai ser trabalhado em sala de aula procurando fazer as intervenções necessárias no momento de sua aplicação.

O lúdico se faz presente em todo espaço em que às pessoas de um grupo estão em ação. Em sala de aula não pode ser o professor o único ativo, enquanto que os outros ali presentes estejam estáticos como meros observadores.

Para que se faça presente a ludicidade é importante a ambientação da sala de aula, procurando torna-la acolhedora, abrindo um leque de possibilidades para que a criança aprenda de forma prazerosa fazendo-a sentir vontade de estar na escola junto a professores e colegas.

Isso só acontecerá se este ambiente for atrativo e as aulas dinâmicas, caso contrário, a escola se tornará um ambiente enfadonho, desestimulante que afastará a infância da educação formal e aproximando-a de um universo que pouco contribuirá na sua formação como cidadãos críticos.

O professor tem de procurar oportunizar ao aluno ser sujeito ativo na construção do conhecimento, isto é o que, também, buscamos com esse trabalho, tornarmo-nos possibilitadores de experimentações.

É importante oportunizar à criança a descoberta e conhecimento do novo, possibilitando observação do mundo em volta dela e o seu envolvimento no mesmo.

A educação pedagógica pode estar sendo mediadora de todo esse processo e o brinquedo e o jogo são grandes aliados necessários para tornar a aprendizagem prazerosa, oportunizando o imaginário infantil aliado ao movimento do corpo.

DEPOIMENTOS

“Considero importante trabalhar, ligando os temas ou conteúdos com brincadeiras, mas acho difícil porque é pouco o tempo que temos para organizar nas reuniões de planejamento. Ficamos a maior parte do tempo falando de assuntos que não são do ato de planejar”.
Professora Z (pedagoga).


“Trabalhar o lúdico em sala de aula é indispensável, pois estimula a criança a participar das aulas, das atividades propostas, evita conversas paralelas.(...) A brincadeira na sala de aula estimula o aprendizado, deixando-as com vontade de aprender. O professor deve adotar o lúdico em sua aula para que obtenha um resultado positivo, para que seja uma aula descontraída e bem aproveitada."

“Usar jogos, músicas e outras dinâmicas fazem com que o docente venha a ter mais experiência para desenvolver seu trabalho educacional, deixando o aluno bem preparado para as atividades”.
Professora E.
4º Ano Pedagogia FFPP - a professora possui magistério
.


“A necessidade de trabalhar o lúdico em sala de aula beneficia a construção do aprendizado e o encanto, o gostar de estudar que não pode se perder com a mesmice, a rotina que acaba envolvendo o dia-a-dia do nosso aprendente”.
Professora R.
Historiadora e psicopedagoga - UPE
Pós-graduada pela Faculdade de Artes do Paraná


“O brinquedo é a oportunidade de desenvolvimento, brincando a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. (...)
(...). Brincar é indispensável a saúde física, emocional e intelectual da criança.
Irá contribuir no futuro para eficiência e o equilíbrio do adulto.”

Professora R.Educadora de com necessidades especiais Atendimento este feito pelo AEE – Atendimento Educacional Especializado.
Cursando o último período de pedagogia


“As atividades lúdicas como jogos, brincadeiras, fazem-se necessário ser vivenciados pelos educadores. É um ingrediente indispensável no relacionamento entre as pessoas, possibilitando afetividade, prazer, autoconfiança, cooperação, imaginação. Em sala de aula, estimula o pensamento, a criatividade, desenvolvem o raciocínio lógico, a criativa, permitindo que o outro construa por meio da alegria de querer fazer e construir. Por isso o lúdico é muito importante em qualquer área escolar”.
Depoimento da Professora A. 6º período de Historia – UPE
Professora com magistério


"(...) As crianças têm demonstrado muito interesse e colaboração no desenvolvimento das atividades. Eu tenho ficado surpresa, principalmente, quanto ao meu desempenho e das crianças no trabalho diário. Descobri que trabalhar com essa idéia(lúdico) não é um "bicho de sete cabeças", mas é algo muito bom, muito bom mesmo. Está sendo muito interessante e feliz. (...) É um bom investimento e nós da educação merecemos que vocês estejam aqui e agradecemos por
tudo".

Professora J. formada em Geografia